terça-feira, 28 de agosto de 2012

A Carta



“Sempre vai haver uma canção contando tudo de mim,
Sempre vai haver uma voz cantando tudo, tudo de nós”.

Todas às vezes que escuto minhas músicas preferidas é sua lembrança que vem em minha mente. Então, depois de muita recusa, muito tempo me enganado acerca do que realmente sentia por você, resolvi escrever lhe, como diz Renato Russo, estas mal traçadas linhas.
Sei que o tempo passou. E que passou pra nós dois. Nossas vidas tomaram rumos diferentes. Pra falar a verdade, nunca mais se cruzaram. Mas sua lembrança é indelével na minha vida. Por inúmeras vezes já me peguei estática olhando pra lua e tentando imaginar como estás, se também pensas em mim. Sei que é pretensão minha, pois tudo o que você queria era estar aqui, comigo. E, eu não quis.
O que você não sabe é que, não permiti sua estada na minha vida por falta do gostar. Pelo contrário, foi pro te amar demais e ter medo que esse amor um dia acabasse. Lembra-se quando cantava: “sei que eu não sou quem você sempre sonhou, mas vou reconquistar o teu amor todo pra mim”?  O que não imaginas é que esse era e é o meu desejo mais sincero. Sempre tiveste um lugar cativo na minha mente e coração. Sempre canto que, depois de você os outros são os outros e só.
Saiba que, acrescentei outras músicas ao nosso repertório, como por exemplos, Por enquanto, cantada pela Cássia, é claro, porque parece que sou eu mesma que canto acerca da dor. Quando a canto, não importa que parte, meu ser se enche de pesar, pois sei que eu, só eu sou, culpada pelo fato de não permaneceres aqui.
Aí você deve estar se perguntando: e eu com isso? Quem me tirou da sua vida foi você. Sei disso, e reconheço o meu erro. Éramos jovens de mais, imaturos de mais, frágeis ao extremo. Siba que durante esse tempo sem lhe ver eu deveria ter amado mais, ter sonhado mais...só deveria, porque de fato não fiz.
Não sei por que hoje resolvi escrever-te. Talvez, só talvez, porque no rádio toca agora uma canção que aperta tanto o meu peito. Essas que realmente cantam a nossa vida, que tomamos como tema, e às vezes, até como lema. Você deve estar se perguntando: o que você quer que eu faça? Quer que eu largue tudo pra voltar pra você?
Jamais poderei dizer que esse não é o meu maior desejo, que não penso nisso enquanto lhe escrevo. Mas sei que não é assim. Não é apenas eu querer que vou conseguir. Acredito que você ache que nosso tempo já passou e que a hora em que eu deveria ter reconhecido a sua importância ficou lá atrás. Ficou naquele dia em que, você disse que se eu lhe deixasse ir não voltarias mais. Naquela noite onde tudo o que consegui foi ficar estática olhando sua sombra sumir.
Assumo que fui fraca, mas não quero, nem necessito de sua pena. Desejo apenas que saibas que ainda és parte do que me faz forte, mas sei que agi certo sem querer, foi só o tempo que errou. Não era nosso tempo. Não ali, não daquele jeito. Talvez nossa história seja no futuro. Contudo, isso é apenas um talvez.
Despeço-me sem dizer ao certo o que quero, afinal, nem eu mesmo sei o que anseio de fato. No entanto, gostaria que soubesses que foi e sempre serás inesquecível. S sempre nas madrugadas da vida, enquanto troco frenética o rádio de estação, sempre haverá uma canção contando de mim, sempre haverá uma voz cantando tudo, tudo de nós.

By: Deuzyanne Zátia

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