Hoje é hora de renovar. Sim. Renovar as
forças, o ânimo, a vida. Essa palavra, sempre que evocada, nos remete tanto a
recordar, não é? Ou será que só eu que acho? Sempre quando vou renovar uma
coisa, tenho que recordar outras. Acredito que faz parte do processo de
crescimento, desapego: o jogar fora os livros, as cartas, as expectativas e as frustrações. Quando estou assim, quero
quebrar regras. Na realidade, necessito fazer isso, me sentir viva. Preciso
provar que eu ainda sou a mesma. Que o tempo que passei com você e longe de mim
não me anulou. Que ainda tenho nome, endereço. Que posso andar por mim mesma.
Até
entendo que alguns bons amigos, os mais próximos, não acreditem muito nessa
minha maneira de agir. Mas longe de você, me sinto a cada instante me renovando,
.amanhecendo. Não posso e não quero negar que você, vez ou outra, reaparece na
minha vida nas atitudes, nos gestos e nos discursos de pessoas que acabo de
conhecer. Acabo por te reencontrar sem que estejas. Chego sim a sentir
saudades. Mas aí a conversa acaba, o momento passa e eu volto a agradecer por
não estares aqui.
Renovar,
mudar, reinventar. Essas são as palavras do meu momento. Ele poderá durar anos
para que aconteça, mas me conhecendo, não demorará muito para que se
concretize. Já te disse que amo esse meu desapego constante? Esse que você
odeia? Essa maneira de dizer hoje não dá, mas amanhã nem me importarei com sua
presença? Se ainda não tinha dito, lá vai: Amo em mim tudo o que te incomoda!
Vou sim
viver cada minuto como se fosse o último, com pressa, sede. Vou quebrar as
regras, mudar de ares. Pararei de me importar com o que de fato não importa: a
opinião alheia. Até porque, se importasse seria chamada de minha, não alheia,
né?
De hoje em diante, não vou passar vontades.
Quando eu quiser abraçar, beijar, bater, gritar: farei. Continuarei a ser
livre. Sem amarras. Como sempre fui até antes de te conhecer. Sabe aquele órgão
que recebe o nome de coração? Esse eu arranquei. Ele não funcionava mais mesmo.
Estava só me causando preocupações e dores desnecessárias.
Constantemente o via mutilado, sangrando. Mandei
tirar. Deixei apenas o resto do corpo. A parte que funciona direitinho: as
mãos, os olhos, os braços, a boca e, principalmente, a língua. Não se preocupe, tenho vivido tão
melhor depois dessa amputação. A todo esse processo chamo de mudança. É preciso
recordar pra renovar. Fazer o que? Essa é a ordem dos fatos.
By: Deuzyanne Zátia
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