terça-feira, 28 de agosto de 2012

Mudança




Hoje é hora de renovar. Sim. Renovar as forças, o ânimo, a vida. Essa palavra, sempre que evocada, nos remete tanto a recordar, não é? Ou será que só eu que acho? Sempre quando vou renovar uma coisa, tenho que recordar outras. Acredito que faz parte do processo de crescimento, desapego: o jogar fora os livros, as cartas, as expectativas e as frustrações. Quando estou assim, quero quebrar regras. Na realidade, necessito fazer isso, me sentir viva. Preciso provar que eu ainda sou a mesma. Que o tempo que passei com você e longe de mim não me anulou. Que ainda tenho nome, endereço. Que posso andar por mim mesma.
                Até entendo que alguns bons amigos, os mais próximos, não acreditem muito nessa minha maneira de agir. Mas longe de você, me sinto a cada instante me renovando, .amanhecendo. Não posso e não quero negar que você, vez ou outra, reaparece na minha vida nas atitudes, nos gestos e nos discursos de pessoas que acabo de conhecer. Acabo por te reencontrar sem que estejas. Chego sim a sentir saudades. Mas aí a conversa acaba, o momento passa e eu volto a agradecer por não estares aqui.
                Renovar, mudar, reinventar. Essas são as palavras do meu momento. Ele poderá durar anos para que aconteça, mas me conhecendo, não demorará muito para que se concretize. Já te disse que amo esse meu desapego constante? Esse que você odeia? Essa maneira de dizer hoje não dá, mas amanhã nem me importarei com sua presença? Se ainda não tinha dito, lá vai: Amo em mim tudo o que te incomoda!

                Vou sim viver cada minuto como se fosse o último, com pressa, sede. Vou quebrar as regras, mudar de ares. Pararei de me importar com o que de fato não importa: a opinião alheia. Até porque, se importasse seria chamada de minha, não alheia, né?
De hoje em diante, não vou passar vontades. Quando eu quiser abraçar, beijar, bater, gritar: farei. Continuarei a ser livre. Sem amarras. Como sempre fui até antes de te conhecer. Sabe aquele órgão que recebe o nome de coração? Esse eu arranquei. Ele não funcionava mais mesmo. Estava só me causando preocupações e dores desnecessárias. 
Constantemente o via mutilado, sangrando. Mandei tirar. Deixei apenas o resto do corpo. A parte que funciona direitinho: as mãos, os olhos, os braços, a boca e, principalmente, a língua. Não se preocupe, tenho vivido tão melhor depois dessa amputação. A todo esse processo chamo de mudança. É preciso recordar pra renovar. Fazer o que? Essa é a ordem dos fatos.

By: Deuzyanne Zátia

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